segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Uso excessivo de telefones celulares provoca câncer

Durante séculos o uso do tabaco não foi associado a qualquer doença, sendo mesmo uma tradição em várias culturas e seu cultivo um meio de sustento de alguns países. Hoje já é bem estabelecida a ligação entre o fumo e algumas formas de câncer, principalmente de pulmão, além de outros agravos à saúde.

O uso da telefonia móvel celular é relativamente recente e os estudos até agora realizados não indicavam haver uma relação entre as ondas de radiofrequência por eles emitidas e recebidas e o surgimento de patologias.

Até agora...

Estudo realizado pela médica epidemiologista israelense Siegal Sadetzki, no Gertner Institute for Epidemiology and Health Policy Research no Sheba Medical Center, encontrou uma relação entre o uso constante e excessivo de telefones celulares e a incidência de tumores na principal glândula salivar - a parótida.

O fato do estudo ter sido realizado em uma população israelense é significativo, diz a Dra. Sadetzki: "Diferentemente de povos em outros países, os israelenses foram rápidos em adotar a tecnologia de telefonia móvel celular e continuam sendo usuários excessivos. Portanto, o nível de exposição à radiação de radiofrequência encontrada neste estudo é bem maior do que a de estudos anteriores".

O estudo também encontrou um aumento do risco de câncer em usuários de áreas rurais. Devido ao menor número de antenas, telefones celulares em áreas rurais emitem mais radiação para poderem funcionar eficazmente.

Em geral, o risco de câncer de parótida foi 50% maior em usuários contumazes do que naqueles que não usavam celulares.

A Dra. Sadetzki alerta também para o uso excessivo de celulares por crianças, muitas vezes estimulado pelos pais que querem manter um controle sobre as movimentações dos filhos.

"Algumas tecnologias atuais que usamos carregam riscos. A questão não é se as usaremos, mas como as usaremos", conclui Sadetzki.

Ressalto agora a motivação de muitas pesquisas científicas realizadas nas últimas décadas. Quando foi criada a Aspirina (Ácido Acetil Salicílico), servia para tudo. Virou até anedota médicos receitando Aspirina para qualquer problema de saúde. A seguir descobriram que esse uso indiscriminado e excessivo estava causando úlceras gastro-duodenais e a Aspirina passou a ser uma vilã. Logo após, para reabilitá-la, descobriram seu efeito de diminuição da agregação plaquetária (anticoagulante) fazendo com que fosse recomendada para infartos do miocárdio, passando a ser uma salva-vidas.

Exemplifiquei com a Aspirina para dizer que, também na área de Saúde, existem vários interesses econômicos embutidos nas pesquisas científicas. Até agora não havia sido relatada nenhuma ligação entre câncer e celulares, pelo contrário, os cientistas afirmavam que seus estudos não haviam encontrado qualquer relação entre os dois. Esse estudo israelense pode iniciar uma nova era de "descobertas" sobre o assunto, até porque Israel não fabrica celulares...

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