Assim como a maioria dos eco-alarmistas, não possuo formação acadêmica em climatologia ou ciências afins, mas diferentemente deles, não sou estúpido, nem fanático, nem terrorista, portanto irei demonstrar o inverso da teoria apocalíptica, ou seja, a influência de terremotos e vulcões (terrestres e submarinos) nas variações climáticas de curto e médio prazo.
Poucos dados consolidados são achados na web sobre terremotos, principalmente sua incidência histórica ao longo dos séculos e quanto à energia total liberada por cada um deles. Devido a isso, basearei minha tese inicial no grande terremoto de 2004 no Oceano Índico que gerou devastadora tsunami, matando centenas de milhares de pessoas em vários países.
O terremoto, inicialmente sub-avaliado, atingiu magnitude 9,3 na Escala Richter tornando-se o segundo maior já registrado até hoje. Se considerarmos a gigantesca energia liberada de 4,0x10e22 Joules e transformarmos isso em Centigrade Heat Units chegaremos a 2,1x10e19 chu.
Levando-se em conta o volume de água no Oceano Índico chegaremos a conclusão de que o terremoto teria afetado infimamente a temperatura de todo o Oceano, algo da ordem de grandeza de 10e-7. Porém, se usarmos os mesmos valores de energia na área do terremoto (200.000 Km²) verificaremos uma elevação de temperatura localizada da ordem de 0,4ºC, o que se assemelha muito à elevação de temperatura dos Oceanos detectada nas últimas décadas de 0,6ºC.
Portanto, um único terremoto, ainda que gigantesco, teria influência direta na temperatura da água em sua área de ocorrência. O que dizer então das centenas ou milhares que ocorrem anualmente com epicentro localizado em áreas submersas?
O USGS (United States Geological Survey), órgão centralizador de dados sobre terremotos mundiais, reporta um aumento de identificações de sismos desde que sistemas computadorizados de localização de epicentros se tornaram operacionais, em 1960. Ainda assim, pesquisadores pouco atentam para o efeito da liberação de energia sísmica na temperatura dos oceanos, ou pelo menos, pouco se torna público. Preferem publicar especulações sobre variações de temperatura na atmosfera influenciando o movimento das placas tectônicas terrestres. Alguém de bom senso consegue explicar tal absurdo cientificamente?
Outro evento natural que influencia diretamente no clima global são as erupções vulcânicas, tanto para um aquecimento quanto para um resfriamento global. Vulcões "terrestres" (vamos considerar assim aqueles cujas crateras se situem acima do nível do mar) são capazes de expelir enormes quantidades de cinzas, gases e aerosóis (finas partículas) em erupções. Em 1991 o Monte Pinatubo, nas Filipinas, entrou em erupção lançando quantidades astronômicas de aerosóis e gás sulfídrico (SO2) na atmosfera. Em 2005, o pesquisador australiano John Church publicou na Nature sua pesquisa que demonstra que a erupção do Pinatubo causou uma redução de 5 mm no nível dos oceanos devido a um resfriamento global que aumentou o nível das geleiras. Esta redução imediata no nível dos mares explicaria o subsequente aumento detectado de 1993 a 2000 por satélites, a medida que os efeitos de esfriamento fossem diminuindo.
Em 2006, pesquisadores relatam na mesma Nature que a erupção do Krakatoa teria afetado o planeta da mesma forma que o Pinatubo e que essa influência permaneceria por décadas.
Quanto aos vulcões submarinos menos ainda se sabe ou os dados são muito recentes, haja vista que somente no século XX se desenvolveu tecnologias capazes de pesquisas submarinas. Porém, parece que muitos cientistas estão despertando para a importância da atividade vulcânica no leito oceânico, até por termos 2/3 da crosta terrestre submersa.
Algumas descobertas inéditas tem sido feitas, como a publicada em julho de 2007 no NewScientist que catalogou mais de 200.000 cones vulcânicos com mais de 100 m de altura (a contar do leito oceânico) consolidando dados obtidos por sonares em navios. Esta quantidade excede em muito os pouco mais de 14.000 vulcões submarinos identificados por satélites, até então. O estudo estima ainda que possam existir por volta de 3 milhões de vulcões submarinos.
Em dezembro do ano passado, uma equipe do Woods Hole Oceanographic Institution liderada por Adam Soule divulgou as imagens de uma considerável erupção submarina no Oceano Pacífico, próximo ao litoral do México. O mapa sem precedentes foi montado por 50.000 imagens do leito oceânico feitas pelo submarino Alvin e mostra o fluxo de 22 milhões de metros cúbicos de lava. A descoberta foi noticiada pelo Discovery News.
Esta figura mostra dados atualizados diariamente sobre anomalias na temperatura superficial dos Oceanos (clique para ampliar). Reparem que grande parte do mapa mostra uma anomalia negativa de temperatura (resfriamento) das águas. As excessões mais marcantes são justamente as elevações de temperatura no oeste do Pacífico, área do "Anel de Fogo", onde são constantes os terremotos e atividades vulcânicas, assim como no leste do Índico, área do grande terremoto de 2004 e onde 3 outros entre 4,5 e 7,3 M ocorreram há 3 dias atrás.
Essas são só algumas das evidências que estão a provar que terremotos e erupções vulcânicas influenciam muito mais o planeta do que os gases de todas as vacas juntas, diferentemente do que afirmam os eco-ignorantes. São os Oceanos, e não as florestas, os maiores depositários de CO2 do planeta e a temperatura das águas está diretamente relacionada com a maior ou menor liberação desse gás. Da mesma forma, a acidificação das águas através do SO2 liberado em erupções submarinas pode afetar a quantidade de algas produtoras de oxigênio bem como aumentar a liberação de CO2 oceânico.
Com certeza muita há a ser estudado ainda, principalmente o que diz respeito à atividade vulcânica submarina, porém já se pode afirmar que o planeta Terra possui 2 fontes de calor principais, uma externa e uma interna: o Sol e o Núcleo. Sem que se estude a fundo a influência dessas duas fontes no clima global fica no campo das especulações e dos interesses obscuros qualquer afirmação sobre a antropogenicidade das alterações climáticas.
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