quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Vida de Gado

Havia prometido uma série de artigos sobre a Gripe Suína, a fim de esclarecer sobre as diversas incongruências e questionar as falhas informações divulgadas na mídia e pelas autoridades sanitárias brasileiras. Estava juntando artigos científicos e pesquisando conceitos básicos para dar aos leitores uma idéia mais geral e verdadeira sobre essa ameaça à vida de cada um.


Porém, um fato me fez pensar melhor e decidir, inclusive, alterar (ou voltar às origens) a linha editorial do Projeto S.I.L.I.


Por esses dias, toda minha família de 5 pessoas foi acometida por síndrome gripal, aí incluídos um bebê de 2 meses e uma criança de 3 anos. O meu quadro vem sendo o mais grave. Preocupado em estar infectado pelo H1N1 cepa suína e de transmití-lo à minha família, procurei uma forma de conseguir o antiviral Tamiflu® (Fosfato de Oseltamivir).

Apesar de conviver e trabalhar há quase 30 anos em estabelecimentos e com profissionais de saúde, só consegui saber que a distribuição do medicamento era exclusividade do governo estadual e estava centralizada na cidade do Rio de Janeiro, e que o mesmo só era liberado após longa e estafante via crucis através da burocracia estatal. Em minha cidade, no interior do RJ, a única possibilidade seria ser internado em sucateado Hospital "filantrópico" e aguardar a vinda do medicamento da capital.

Como a eficácia do Oseltamivir é maior nos 2 primeiros dias da infecção, já dava para perceber que, quando (e se) chegasse a conseguí-lo, ou estaria morto ou curado!


Vi-me então obrigado a tentar a aquisição do produto fora do Brasil, via Internet, uma vez que, com o monopólio estatal, também não há comercialização do Tamiflu® em Farmácias. Até encontrei sites vendendo o medicamento, porém ambos (site e Tamiflu) de procedência duvidosa.

Assim, caros leitores, estou eu escrevendo esse artigo com uma "síndrome respiratória aguda", definição dada pelas autoridades brasileiras para a Gripe Suína (seja lá o que isso for...) e sem qualquer opção de tratamento, impedido que fui por um governo stalinista de ter acesso a um medicamento.

Caso esse não venha a ser o último artigo que escrevo no blog, irei retornar a linha editorial do Projeto às suas origens, ou seja, publicar apenas informações científicas variadas sobre temas que afetem, direta ou indiretamente, a vida humana. Nos últimos tempos havia assumido uma linha "didática", tentando discutir temas mais polêmicos de uma forma educativa. Percebi, porém, com esse episódio da pandemia, que poucos estão interessados em saber sobre sua própria sobrevivência e questionar posições oficiais, aí incluídos os profissionais de saúde no Brasil.

Portanto, o Projeto será redirecionado para a publicação de artigos científicos, com a tradução do redator e link para o artigo original, sem maiores pretensões "professorais". Que cada um tire suas próprias conclusões sobre o que ler. Os colaboradores poderão seguir sua própria linha editorial.


Apenas para não faltar com a palavra empenhada, algumas observações e conclusões a que cheguei com a pesquisa que vinha fazendo sobre a Gripe Suína:


1) A comunidade científica vem disperdiçando recursos com investigações pouco úteis sobre a virose. Ainda não se sabe o mecanismo de letalidade da doença ou se esse se assemelha ao da Gripe Espanhola (vide 2 artigos abaixo);


2) A incidência da gripe e sua mortalidade parece serem reguladas pela mídia. Antes presença diária (e horária) no noticiários, a gripe já não aparece nas notícias tão frequentemente nas últimas semanas. Com isso, os governos já anunciam uma "queda" na incidência da doença, apesar do Brasil ser líder mundial em número de mortes;


3) Apenas 3 instituições no Brasil estão capacitadas para realizarem o exame rt-PCR de identificação do H1N1: Adolfo Lutz (SP), FIOCruz (RJ) e Evandro Chagas (PA). Relatório enviado à OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) pela FIOCruz dá conta de que, até julho, menos de 20 desses testes haviam sido feitos e menos de 10 casos de H1N1 haviam sido confirmados;


4) Pelo visto acima, as estatísticas de mortes por Gripe Suína no Brasil não têm qualquer fidedignidade. Muitos outros devem ter morrido sem diagnóstico e muitos contabilizados como vítimas foram "chutados", sem a realização do teste;


5) A corrida pelo "ácool em gel" só deixou os fabricantes felizes. A forma gel para o álcool foi apenas uma forma de minimizar incêndios domésticos por derramamento, não possuindo qualquer benefício sobre a forma líquida. Além disso, apesar de vírus de Influenza A serem envelopados com uma camada bilipídica, ainda não existem estudos (ou não foram publicados) sobre a eficácia da ação viruscida do álcool etílico;


6) Filtros de ar de aviões não retêm vírus, portanto, reciclando sempre o mesmo ar sob ventilação forçada, aeronaves em voo podem disseminar qualquer vírus respiratório entre todos os ocupantes;


7) Segundo algumas "teorias da conspiração", a atual cepa do H1N1 foi fabricada por corporação americana com a cumplicidade do CDC. Para comprovarem o alegado, alguns mostram a subida vertiginosa das ações dessa companhia após maio de 2009, revertendo uma queda constante. Como as provas são apenas testemunhais, não entraremos em detalhes. Vídeos sobre a "conspiração" podem ser achados no YouTube. É bem provável que voce já tenha recebido um por email (eu já recebi vários);


8) Resumindo a situação: sabe-se muito pouco, divulga-se muito pouco, age-se muito mal! É esse o quadro da atual pandemia que vem afetando muito mais o Brasil que o resto do mundo (por que será, hein??!).


Finalizando, ao me deparar com toda essa balbúrdia epidemiológica, me lembrei de antiga obra prima do poeta nordestino Zé Ramalho, intitulada "Vida de Gado". Composta em uma outra época, nunca foi tão aplicável quanto nos dias de hoje:



Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
A margem do que possa aparecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer.

Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado,
êPovo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado,
êPovo feliz

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.

Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado,
êPovo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado,
êPovo feliz

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.

Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e
Povo feliz


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Furacão Bill: O Primeiro da Temporada 2009 no Atlântico

Aberta oficialmente em junho, a temporada de furacões no Atlântico/Caribe foi inaugurada somente hoje com Bill, um furacão categoria 1, até o momento.

Bill move-se rapidamente (32 Km/h) para oeste-noroeste, sustentando ventos de até 120 km/h. Existem 35% de probabilidades de Bil se tornar um categoria 3 em 72 horas.

Como fizemos ano passado, estamos disponibilizando, na coluna lateral, o RSS do National Hurricane Center, em espanhol, a fim de que internautas do Caribe e América Central possam se manter atualizados sobre o assunto que afeta diretamente suas vidas.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Gripe Suína: A Ignorância Levando à Extinção?

Como dissemos anteriormente, não é objetivo do Projeto SILI comentar sobre notícias amplamente divulgadas pela mídia, mas, nos últimos meses, estamos sendo bombardeados com uma quantidade enorme de informações equivocadas a respeito da pandemia de Gripe Suína (também conhecida como Gripe A, H1N1, Influenza A...) o que já vem causando pânico na população, principalmente no Brasil.

Não podendo ficar alheio à minha formação acadêmica como profissional de saúde (e ao juramento feito na graduação), resolvi publicar uma série de artigos visando questionar muitas das notícias veiculadas e procedimentos recomendados pelas autoridades, bem como as estatísticas divulgadas com grande alarde. Infelizmente, não poderei esclarecer muitas das dúvidas existentes sobre a doença haja vista a absoluta falta de pesquisas sobre o modus operandii do vírus, as causa mortis das supostas vítimas da gripe.

O que me levou a iniciar esta série foi a absurda notícia da Reuters Brasil dando conta que pesquisadores de Hong Kong (??) teriam descoberto que medicamentos usados para osteoporose seriam eficazes contra o H1N1. Dada a gravidade da (des)informação, reproduzo:


Remédios para osteoporose são eficazes no combate ao vírus H1N1
sexta-feira, 14 de agosto de 2009 08:41 BRT


HONG KONG (Reuters) - Dois medicamentos existentes usados para tratar a osteoporose podem ser eficazes na destruição dos vírus influenza, incluindo o novo vírus H1N1, conhecido como da gripe suína, e o H5N1, da gripe aviária, informaram pesquisadores em Hong Kong.
Os dois remédios são o pamidronate e zoledronate, que são comercializados pela Novartis sob as marcas Aredia e Reclast, respectivamente.


Em seus experimentos, os pesquisadores expuseram células humanas que tinham sido infectadas por vírus influenza aos dois medicamentos.

Eles observaram que os remédios provocaram a produção extra de um tipo de glóbulo branco chamado yd-T, que conseguiu matar células humanas que estavam infectadas pelos vírus da gripe. (g.n.)

Os vírus da gripe podem apenas se duplicar em células humanas ou animais. Matar as células infectadas acabaria com a duplicação dos vírus, informaram os pesquisadores.
O professor Lau Yu-lung, do departamento de pediatria e medicina para jovens da Universidade de Hong Kong, descreveu as células humanas infectadas como "fábricas que produzem vírus".


"Tais medicamentos atacam os vírus especificamente... esta aproximação mata as fábricas que estão produzindo os vírus."

Malik Peiris, também membro da equipe de pesquisa, disse que os remédios podem aumentar a resposta imunológica do corpo humano.
Isso era especialmente importante já que os vírus da gripe mudam constantemente, o que reduz a eficácia das vacinas, acrescentou.


Os pesquisadores pretendem fazer os testes clínicos em animais e depois em seres humanos.

(Reportagem de Tan Ee Lyn)


Será que alguém conseguiu identificar o absurdo?

OK então...o medicamento mata as células humanas infectadas e... o doente!!

Será que os ilustres pesquisadores não se deram conta que o corpo humano nada mais é do que um aglomerado de células variadas cujas funções são imprescindíveis à vida??

Tal mecanismo de ação é o mesmo que causou a morte de 100 milhões de pessoas em 1918, durante meros 10 meses. O evento ficou conhecido como "Gripe Espanhola" e foi causado pelo mesmo vírus de Influenza A, sub-tipo H1N1, de outra cepa, que causa a atual pandemia.

Na Wikipédia:

A gripe espanhola, também conhecida como gripe pneumónica, foi uma estirpe de gripe aviária atipicamente severa e letal, que matou entre 50 a 100 milhões de pessoas em todo o mundo ao longo de cerca de um ano em 1918 e 1919. Pensa-se que tenha sido a mais mortífera das pandemias da história da Humanidade. Foi causada pelo subtipo H1N1 do Influenzavirus A.

A elevada taxa de mortalidade da gripe espanhola é atribuída ao facto de o subtipo H1N1 causar uma tempestade de citocinas no organismo. O vírus infectava células dos pulmões, levando à sobrestimulação do sistema imunitário através da libertação de citocina no tecido pulmonar. Isto provoca a migração generalizada de leucócitos para os pulmões, causando destruição de tecido pulmonar e secreção de líquido para o pulmão, tornando a respiração difícil.

Devido à natureza da infecção, pessoas com sistemas imunitários saudáveis eram mais suscetíveis à doença, como era o caso de adultos jovens, comparativamente a crianças jovens e idosos.

Notaram a semelhança? A Espanhola matava por uma doença auto-imune, na verdade, ou seja, células pulmonares eram mortas pelos anticorpos do próprio infectado. Pelo visto, o que os brilhantes pesquisadores propõem é que este mesmo mecanismo de morte seja desencadeado por medicamentos agora.

Mas, esta notícia de hoje é apenas mais uma na inundação de ignorância que assola o mundo. A própria Organização Mundial de Saúde, em pleno século 21, deixou de computar o número de infectados, até por absoluta incapacidade de serem realizados os testes laboratoriais por eles recomendados (rt-PCR), em larga escala. Pelo mesmo motivo, no Brasil, muitas mortes divulgadas podem ter acontecido por outros fatores, já que não há uma identificação cabal do vírus.

Com toda a balbúrdia e desorientação dos meios científicos em relação a atual pandemia, não estaríamos correndo o risco de extinção da raça humana, não por asteróides ou cometas, nem pelo aquecimento global ou mudanças climáticas, mas por pura falta de inteligência e organização para enfrentarmos tais ameaças?

Outros artigos virão, demonstrando como as "autoridades de saúde" (principalmente no Brasil) estão completamente perdidas e muito próximas de serem acusadas de "genocídio por incompetência".



sexta-feira, 31 de julho de 2009

A estapafúrdia gramática da Microsoft


O corretor de texto do Word é uma ferramenta que tange a incompetência do conhecimento da Língua Portuguesa e o ridículo. Uma vasta gama dos "erros" por ele indicados e suas supostas correções são de total ignorância.

Vamos, então, aos "erros" apontados pelo programa. Para esta análise, tomei emprestado o "manual DSS", da prefeitura de São Paulo, disponível no site: www.prefeitura.sp.gov.br/manualdss .


1- MÓDULO MEDICINA E SEGURANÇA NO TRABALHO (toda a expressão está sublinhada). Para correção, ele dá as seguintes opções:

- Módula Medicina e Segurança no Trabalho;

- Módulos Medicina e Segurança no Trabalho;

Ou seja, no primeiro caso, o programa entende "Módulo" como um adjetivo, que, seguido de um substantivo feminino (Medicina), deve ser declinado como tal. Na segunda opção, a coisa é menos grave, mas ele entende que se tratam de dois módulos: um de medicina e outro de segurança, tendo que se colocar no plural.

Outro caso muito comum é quando o corretor simplesmente parece não saber o que está errado. Ele grifa uma determinada expressão, e, quando colocamos o cursor para que se verifiquem as opções, lê-se "(Sem Sugestões)". Um exemplo:

2- “É de responsabilidade da chefia, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho”. - Neste caso, a sentença "72 (setenta e duas) horas, a emissão" vem sublinhada, mas não conta com nenhuma ajuda do corretor para corrigi-la.

Mais um problema no entendimento morfológico das palavras vem em:

3- “Servidor obteve nexo causal e alta médica do afastamento, mas necessita novamente de licença por causa da mesma doença. Como agendar a perícia?”

Aqui, é grifada a parte "nexo causal e alta médica do afastamento" e, como correção, ele nos apresenta o inimaginável:

"Nexo causal e alto médica do afastamento".

Nesse caso, o coitado ficou desnorteado: provavelmente, não consta a palavra "alta" em seu dicionário, e o mais óbvio a se fazer foi associá-la a "causal", provavelmente por causa da conjunção "e" na sentença.

Concordância também não é o forte do programa. Vejamos:

4- Em "Os pedidos devem sempre ser acrescidos...", é indicado que se deveria ter escrito "Os pedidos devem sempre ser acrescido...", ou seja, parece que o programa "pensou" ser esta uma sentença como "Eles haviam cantado"; em que há um particípio precedido de um verbo auxiliar, o que não é o caso ("acrescidos", nesse caso, é puro adjetivo, e deve concordar mesmo com "pedidos").

O engano também ocorre, quando há a tentativa de reconhecer a função morfológica da palavra, como em:

5- "(o sevidor)... Anexa relatório médico atual, cópia simples do RG, CPF e último holerite". A correção indicada pelo programa é "Anexo relatório...", o que mostra mais um erro na idenficação da função, pois trata-se do verbo conjugado na 3ª pessoa do singular, e não um adjetivo, como diz ser o programa.

Esses foram apenas alguns casos de uma infinidade que podemos elencar. Um outro bastante clássico é quando o corretor confunde uma Oração Adjetiva com o predicado, como no caso:

6- "João, que gosta de caramelo, comeu goiabas". Nesse caso, aparece a máxima: "não se separa, com vírgula, o sujeito do predicado". Não programaram o corretor para identificar apostos ou orações adjetivas.

Em suma, parece que o pessoal da Microsoft é muito bom nas linguagens de computação, mas peca demais na Portuguesa. O que mais assusta é a quantidade de pessoas que vejo, após a digitação de um memorando ou documento qualquer, verificar a gramática com esse falho corretor. Ou seja, tornam seus textos "mais errados" após a correção.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A CAMINHO DOS 99,9999990%


Quando penso que a inteligência já foi exterminada no Brasil, me surpreendo com um artigo como esse escrito por alguem que, em uma época, deu razão a acharmos que "o Brasil é o país do futuro".

Gilberto Geraldo Garbi, para quem não sabe, foi um dos alunos classificados, a seu tempo, como um do melhores alunos de matemática que já haviam adentrado o ITA, dentre outras honrarias que recebeu. Depois de graduado, desenvolveu carreira na TELEPAR, onde chegou a Diretor Técnico e Diretor Presidente, sendo depois Presidente da TELEBRAS.

Alterei o título original de seu artigo para diminuir os meus 0,0000005%, ressaltando que nunca achei que a eleição de um sindicalista semi-analfabeto fosse realmente mudar o Brasil, ao contrário, iria apenas infectar o que ainda havia de bom com a praga do clientelismo e da corrupção inerentes ao sistema sindical brasileiro desde suas origens.

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A CAMINHO DOS 99,9999995%
por Gilberto Geraldo Garbi

Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as últimas pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes anteriores de popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva.

É, realmente, algo "nunca antes visto nesse país" e eu fiquei me perguntando o que poderemos esperar das próximas consultas populares. Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82% de aprovação. Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para trás o psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coreia do Norte, cujo nome jamais me interessei em guardar. Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em Cuba e na Coreia do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO, Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo...(Quem nunca ouviu falar em Salazar, por favor, pergunte a um parente com mais de 60).

Portanto, a popularidade de Lula ainda "tem espaço" para crescer, para empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas. E faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais presunção e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos brasileiros em torno de seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposição... Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de 99,9999995% você não passa.

Como você não é muito chegado em Aritmética, exceto nos cálculos rudimentares dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que você entrega aos partidos que constituem sua base de sustentação no Congresso, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja, 0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes 99,9999995%. Esses, talvez, você possa conquistar, em todo ou em parte. Mas meus humildes 0,0000005% você jamais terá porque não há força neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha convicção de que você foi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida.

E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: desde minha adolescência, quando comecei a me dar conta das desgraças brasileiras e a identificar suas causas, convenci-me de que na raiz de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o trabalho e o estudo; dos que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os cargos fantasmas; dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos públicos; dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja vantajosa; dos que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos entre os privilegiados; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e alienados que se deixam iludir pelas prostitutas da política e beijam-lhes as mãos por receber de volta algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos tempos; dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de infâmias.

Antes e depois de mim, muitos outros brasileiros, incomparavelmente melhores e mais lúcidos, chegaram à mesma conclusão e, embora sejamos minoria, sinto-me feliz e honrado por estar ao lado de Rui Barbosa. Já ouviu falar nele? Como você nunca lê, eu quase iria sugerir-lhe que pedisse a algum de seus incontáveis assessores que lhe falasse alguma coisa sobre a Oração aos Moços... Mas, esqueça... Se você souber o que ele, em 1922, disse de políticos como você e dos que fazem parte de sua base de sustentação, terá azia até o final da vida.

Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei minha convicção de que este País só deixará de ser o que é - uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados eternamente impunes - quando a mentalidade da população e de seus representantes for profundamente mudada. Mudada pela educação, pela perseverança, pela punição aos maus, pela recompensa aos bons, pelo exemplo dos governantes.

E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa mentalidade, embalado que estava com uma vitória popular que poderia fazer com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral, se você a tivesse. Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral, esta sim, nunca antes vista nesse País. Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos.

Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais seus e de seu grupo, você estava certo: para que se esforçar, escorado apenas em princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é comprar o que for necessário, nessa terra onde quase tudo está à venda?

Eu não o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você chegou, partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em que você e sua malta alegremente surfam, nem se entregaria a seu permanente êxtase de vaidade e autoidolatria. Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes nesse País um presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seu bando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus representantes.

Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver escancarado a lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário: "Aqui todos são subornáveis".

Você destruiu as ilusões de quem achava que havíamos evoluído em nossa mentalidade e matou as esperanças dos que ainda acreditavam poder ver um Brasil decente antes de morrer.

Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico instrumento de poder, tornando-a generalizada e fazendo-a permear até os últimos níveis da Administração. O Brasil, sob você, vive um quadro que em medicina se chamaria de septicemia corruptiva. Peça ao Marco Aurélio para lhe explicar o que é isso. Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem temores, plena vazão a seus instintos.

Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com a massa. A propósito, o que é que você sente, todos os dias, ao olhar-se no espelho e lembrar-se do que diz nos palanques? Você sente orgulho em subestimar a inteligência da maioria e ver que vale a pena? Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política econômica de seu antecessor, a mesma política que você manteve integralmente e que fez a economia brasileira prosperar.

Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão, mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho, mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar contas, mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros cumpanheros pegos em flagrante, mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob medida para agradá-las, mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.

Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia o trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais através de Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro público, viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e desperdiçar os recursos que tanta falta fazem aos hospitais.

Você não moveu uma palha, em seus anos de presidência, para modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento de Justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares de tantas vítimas. Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós. Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade, até que todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil, leva décadas. Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com dinheiro suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas brasileiros podem dormir sossegados, porque jamais irão para a cadeia. Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse a seu grupo ou a suas inclinações ideológicas, certamente você teria se empenhado de corpo e alma.

Aliás, Lula, você nunca teve ideais, apenas ambições. Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas as suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter seu ego adulado. Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para Cuba alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando você deu asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando você se aliou à escória do Congresso, aquela mesma contra quem você vociferava no passado; quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcionários públicos já regiamente pagos, às custas dos impostos arrancados do couro de quem trabalha arduamente e ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as despesas de custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para os investimentos de que tanto carece a população; quando você despreza o mérito e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por aí... Justiça, ora a Justiça, é o que você pensa...

Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes contra classes e raças contra raças, para tirar proveito das desavenças que fomenta. Aliás, se você estivesse realmente interessado, como deveria, em dar aos pobres, negros e outros excluídos as mesmas oportunidades que têm os filhos dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria da saúde e do ensino públicos. Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além disso, melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é mesmo? E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores definitivamente detestam é o trabalho: então, muito mais fácil é o atalho das cotas, mesmo que elas criem hostilidades entres as cores, que seus critérios sejam burlados o tempo todo e que filhos de negros milionários possam valer-se delas.

A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as verbas publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo jornalistas. O que houve entre o BNDES e as redes de televisão? O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos?

Essa técnica de comprar ou perseguir é muito eficaz. Pablo Escobar usou-a com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus eventuais opositores as opções: "O plata, o plomo". Peça ao Marco Aurélio para traduzir. Ele fala bem o Espanhol.

Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que não o bajulem. Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é maravilhoso, como explicar tamanha popularidade? É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais, funcionários públicos, miseráveis, você comprou com dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demagógicas.

Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar, em consequência do modesto crescimento econômico que foi plantado anteriormente, mas que caiu em seu colo. Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro e grande parte da população parece estar disposta a ignorar os princípios da honradez e da honestidade e a relevar as mentiras, a corrupção, os desperdícios, os abusos e as injustiças que marcam seu governo em troca do prato de lentilhas da melhoria econômica.

É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje... E, como se diz na França, "l´argent n´est tout que dans les siècles où les hommes ne sont rien". Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte à Marta. Ela adora Paris e há um bom tempo estamos sustentando seu gigolô franco-argentino...

terça-feira, 24 de março de 2009

Traição Consumada: STF Aprova Demarcação Contínua da TI Raposa Serra do Sol

(Republicação do artigo original, do mesmo autor, no blog parceiro " Debata, Desvende e Divulgue! ")
"A Igreja, as ONGs, todos eles dividem o nosso povo. Haverá mais derramamento de sangue nesta terra."
(Frase do índio Abel Barbosa, em declaração à Agência
Reuters, no dia do julgamento do STF sobre a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol)

Tal como havíamos previsto em nossas matérias anteriores, o STF aprovou por 10 votos a 1, no julgamento de 5ª feira, 19/03/2009, a demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, ao contrário do que seria sensato - a demarcação em ilhas. Portanto, premido pelas pressões das ONGs, governos e organismos internacionais, além do próprio Governo Brasileiro e da ONU, o nosso órgão máximo de justiça sucumbiu e cometeu mais um equívoco, que nada mais é do que uma traição aos interesses nacionais.

O único voto dissidente, consciente e corajoso, foi o do Ministro Marco Aurélio Mello que, por 6 horas tentou justificá-lo, alertando sobre os riscos à soberania do país naquela região e ao favorecimento de contrabando, tráfico de drogas e biopirataria. Foi uma voz isolada, mas valente e coerente, infelizmente, ignorada pelos seus pares. Os verdadeiros motivos dos 10 votos favoráveis, só uns poucos conhecem e não se faz questão da sua divulgação pela mídia, porque povo não entende de leis e nem de política internacional e não precisa saber os comprometimentos e os erros do Governo.

Existe uma tênue esperança de que órgãos de imprensa sérios e patrióticos venham trazer à tona a verdade oculta. Mas terão de fazer um exaustivo trabalho investigativo, começando bem lá atrás, ainda no Governo Collor de Mello e, principalmente, não esquecendo de setembro de 2007, quando o Brasil assinou, na ONU , a "Declaração Universal dos Direitos das Nações Indígenas". Ali estava a maior arapuca e o Brasil nela entrou mansamente. Países como Estados Unidos (sempre atentos), Canadá, Austrália, Nova Zelândia e até a Colômbia, não assinaram. Por que o Itamaraty não examinou melhor a questão? Achavam que com a adesão ao tratado garantiriam ajuda financeira internacional para as questões indígenas? Não viram que essa ajuda, se viesse, exigiria uma contrapartida? Ficaram comprometidos?

Todos os demais ministros já estavam de "cabeça feita", talvez, dentre outras, pelas razões acima e, não tendo coragem de votar contra, tentaram justificar os seus votos perante a opinião pública leiga, com as 19 restrições impostas ao uso das terras, cedidas aos índios em usufruto. Algumas dessa restrições consistem em proibição de cobrança de pedágios para se adentrar às reservas, proibição de garimpagem e exploração comercial dos recursos naturais, sem a permissão do Governo, além da garantia do livre acesso das forças armadas às reservas e zonas de fronteira, sem depender da autorização dos índios ou da FUNAI (no projeto original, nem as Forças Armadas Nacionais poderiam entrar nas reservas indígenas, a menos que tivessem autorização oficial).

Ora, longe de ser uma afirmação leviana, quem conhece este país sabe que o Governo não controla quase nada na região amazônica. Há quantos anos as riquezas da região têm sido usurpadas e contrabandeadas, debaixo dos nossos narizes, sem nada que impeça a continuidade dessas ações? Lá é terra de ninguém e de todos, onde tudo pode acontecer, sabendo o Governo ou não, sendo com isso leniente. Não existem políticas públicas nem fiscalização eficientes, não tem efetivos de pessoal, não tem verba, não tem planejamento e, o que é pior, os problemas da região sequer figuram entre as prioridades de governo, não existindo, portanto, a chamada "vontade política". Então, achar que as tais "restrições" aprovadas serão fiscalizadas e que tudo vai funcionar direitinho como está no papel, é ingenuidade ou desfaçatez, para enganar os menos esclarecidos. Aliás, parece que a intenção é mesmo esta: fazer parecer que tudo estará sob controle, porque foram determinados em lei os parâmetros disciplinadores, com votos conscientes, dos senhores ministros. Depois, o assunto cai no esquecimento e fica tudo como dantes no quartel de Abrantes. Assim é o Brasil, infelizmente.

Daqui para frente, a única coisa que resta a nós, cidadãos, isoladamente ou organizados em grupos ou instituições, é insistir e cobrar do Governo para que as restrições sejam regulamentadas e efetivamente cumpridas. Se o que foi aprovado para a Terra Indígena Raposa Serra do Sol vai servir de modelo para a demarcação de novas reservas (e já existem várias sendo pleiteadas), que não se deixe propalar-se um mau exemplo, caso contrário a farra vai continuar, agora, sob o amparo da lei. E os Estados Unidos e a Inglaterra, principalmente, ficarão agradecidos e já estão até comemorando.

Entendemos sim, que os índios devam ser protegidos e ter seus espaços e suas culturas preservados, mas sem que haja exageros e sem que isto seja utilizado para outros propósitos, como já está acontecendo. Seria muito bom para o país, que se esclarecesse, sem maquiagens, o que de fato levou os ministros a votarem a favor da demarcação contínua de uma área de 1,7 milhões de hectares, quase do tamanho do Kuwait ou 12 vezes maior que a área do município de São Paulo, para uma população de apenas 19.000 índios, distribuídos em 5 etnias, quando a demarcação em ilhas poderia fazer justiça e resolver melhor o problema, sem riscos à soberania nacional!…

Existem muitas questões nebulosas e não respondidas, como, por exemplo: por que não foi ouvido o Conselho de Segurança Nacional? Por que não foram considerados os alertas do General Augusto Heleno de Freitas, Comandante Militar da Amazônia? Por que as ONGs religiosas e ambientalistas internacionais têm tanto interesse na região e por que tanto pressionaram pela aprovação da demarcaçao contínua? Ou não seria nada disso e teriam sido os senhores ministros envolvidos por sentimentos românticos, em relação à dívida histórica que o país tem com os índios do passado? Esquecem-se os ilustres ministros que grande parte dos índios de hoje são aculturados, têm acesso à informação, possuem celulares, rádio, televisão, relógios, GPS, computador, acessam a Internet, falam no mínimo dois idiomas (o nativo e o Português ou Inglês ou Francês ou Espanhol), conhecem técnicas agrícolas e de manejo do solo, possuem e/ou dirigem carros, camionetes e tratores, andam de avião, e muitos até tendo instrução superior, estão na política ou são dirigentes de organizações? Não, os ministros são homens esclarecidos, sabem que é tarde para pagar a dívida histórica do país para com os habitantes originais da "Terra Brasilis" e conhecem bem a realidade dos índios de hoje. Portanto, não é razoável supor que os votos tenham sido dados com base em aspectos sentimentais e romãnticos. Os verdadeiros motivos são outros; e são estes os que a nação quer saber.

Para entender mais sobre este e outros assuntos relacionados à Política Nacional e problemas específicos da região amazônica, recomendamos a leitura do livro BRASIL SOBERANO, de autoria do Professor Marcos Coimbra, também nosso colaborador no blog "Debata, Desvende e Divulgue!" Embora não o tenha lido (o lançamento oficial será no dia 26 do mês corrente), temos conhecimento do pensamento do autor e da sinopse do conteúdo, que gentilmente nos foi enviada por email, juntamente com o convite para a noite de autógrafos. Para quem quiser participar e adquirir o livro (leitura que, com absoluta convição, recomendamos), segue, abaixo, o convite genérico:

DIA 26/03: LANÇAMENTO DO LIVRO `BRASIL SOBERANO`

A AEPET, o CEBRES e o Clube Militar têm o prazer de convidar a todos para o lançamento do livro `Brasil Soberano`, do professor Marcos Coimbra, a realizar-se no dia 26 de março de 2009 (quinta-feira), das 19h às 22h na Livraria Argumento à Rua Barata Ribeiro, 502, loja `A`, 2º andar - Copacabana - Rio de Janeiro-RJ. Contato: mcoimbra@antares.com.br.

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quinta-feira, 5 de março de 2009

2009 DD45 - Novo asteróide passou rente à Terra

Mais uma vez, um asteróide só é observado dias antes de sua maior aproximação da Terra. Desta vez foi o 2009 DD45, observado pela primeira vez em 27 de fevereiro p.p. e que chegou a apenas alguns milhares de quilometros da Terra.

Embora as próprias informações do JPL da NASA sejam conflitantes, com o diagrama da órbita (vide abaixo) indicando a menor aproximação em 3 de março a 0,0018 AU (Unidades Astronômicas) ou cerca de 270.000 Km e a tabela do mesmo NEO Program indicando 0,0005 UA = 75.000 Km em 2 de março, o fato é que fica cada vez mais evidente que a tecnologia humana atual ainda não está preparada para enfrentar a ameaça real dos asteróides que rondam o planeta.


Ainda que o tamanho do objeto, 21m - 47m, não representasse grande ameaça à Terra, pois, conforme o Earth Impact Effects Program da Universidade do Arizona, provavelmente o asteróide se desintegraria ao entrar na atmosfera, as descobertas "em cima da hora" de tais objetos cria a dúvida sobre a competência da comunidade científica em identificar a tempo essas ameaças.

O recém empossado presidente americano Barack Obama prometeu uma injeção de recursos na NASA como parte do programa de recuperação econômica dos EUA, porém é preciso que a Agência Espacial americana reveja suas prioridades e projetos já em curso a fim de não desperdiçar bilhões de dólares en sondas que se "esborracham" em Marte, por exemplo.

Mas esta perda de rumos da NASA é assunto para outro artigo...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ministros do STF, Roraima e o Caso Raposa Serra do Sol


(Republicação do artigo original, do mesmo autor, no blog parceiro " Debata, Desvende e Divulgue! ")



Já há quem diga: "Roraima não é mais Brasil..."E, lamentavelmente, parece mesmo. Difícil por lá é saber quem é brasileiro nato e até os índios já estão falando Inglês e Francês, mas não o Português, como já relatado no post anterior a este. Presença do Governo? Quase nem se nota!

Roraima, em plena região amazônica, e situada numa região de fronteira entre a Venezuela e a Guiana, (com a Colômbia não muito distante), possui jazidas de ouro, diamantes, minerais nobres estratégicos, água doce abundante e uma rica biodiversidade. E longe dos olhos do Governo, torna-se uma terra sem lei, onde de tudo acontece: grilagem de terras, contrabando, narcotráfico, biopirataria, pilhagens, violências contra índios e nativos, crimes ambientais e... invasão estrangeira. São eles que estão pilhando as nossas riquezas e implantando a sua lei por lá; talvez a única que os roraimenses não boa-vistenses conheçam.

As reservas indígenas, principalmente a Ianomâmi, são as portas de entrada preferidas, graças a um erro diplomático brasileiro. As "ONGs e missões religiosas" vão na frente, fazendo exorcismos e evangelização forçada e, com isso, amansando e catequisando os índios. Depois, vêm as falsas ONGs humanitárias e ambientalistas; depois de tudo sob controle, os outros. Aí, vira a farra do boi, sem ninguém para incomodar, nem mesmo o Exército, porque dentro das reservas, quem manda são os índios e... os estrangeiros. Isso, na "nossa visão", porque na dos roraimenses, somos nós os estrangeiros.

Quando fizerem a demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol (e o Governo parece que vai legalizá-la), a farra vai ser maior ainda. Já existem bandeiras americanas, francesas e inglesas tremulando nas entradas de algumas reservas indígenas. E agora, espantem-se: índios-líderes tchauas estão indo para o exterior, para serem "educados" e aprender Inglês ou Francês. Ao voltarem, devidamente "educados", poderão mais tarde pleitear a autonomia de suas reservas como novas nações e não lhes faltará o "apoio internacional". Depois, se a moda pegar e se alastrar, os índios, ingenuamente, irão ajudar a internacionalizar toda a Amazônia. É a lei da sobrevivência. Se a tutela brasileira não lhes agrada, quem sabe a dos americanos, a dos ingleses ou a dos franceses seja melhor.

Para que mais um erro não aconteça com a Reserva Raposa Serra do Sol, só os Ministros do STF podem nos salvar, votando contra a "demarcação contínua" e aprovando, em seu lugar, a "demarcação em ilhas". Mas muito provavelmente eles não farão isto. Os motivos? Bem.. os motivos, partindo do pressuposto de que todos os ministros sejam honestos, cultos, inteligentes e preparados, a única explicação que nos resta, embora isto seja uma "suposição", fruto das minhas lucubrações, é que estejam sofrendo pressão para "não votarem contra a demarcação contínua (ou votarem a favor dela, se preferirem)". A provável justificativa (???) se encontra no vídeo abaixo, conseqüência de um erro da Diplomacia Brasileira:

ONU ameaça retaliação, se Brasil não aprovar demarcação contínua das reservas indígenas (título original: "ONU quer a Amazônia")
Link: http://www.youtube.com/watch?v=VUJHK-bMi6k&feature=related (use-o para o caso de o vídeo não abrir diretamente)


Comentário: Com certeza, nossos ilustre ministros dirão que não aceitam votar sob pressão e que o STF é soberano e imparcial em suas decisões. Então, que nos convençam e justifiquem seus votos, antes de fevereiro de 2009!


Acorda, Governo! Acorda, STF! Acordem, Forças Armadas!
ACORDA, BRASIL!
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Nota: Para quem quiser protestar ou simplesmente ajudar os nossos ilustres ministros a se decidirem, fornecendo-lhes mais informações e "elementos de convicção", segue, abaixo, a relação dos e-mails de todos os Ministros do STF e do Conselho Nacional de Justiça (lembrem-se: vocês não precisam ter medo, mas os protestos e/ou sugestões, devem ser feitos de forma respeitosa e em Português escorreito):

Ellen Gracie - ellengracie@stf.gov.br , Gilmar Mendes - mgilmar@stf.gov.br , Celso de Mello - mcelso@stf.gov.br , Marco Aurélio de Mello - marcoaurelio@stf.gov.br , Cezar Peluso - carlak@stf.gov.br , Carlos Britto - gcarlosbritto@stf.gov.br , Joaquim Barbosa - gabminjoaquim@stf.gov.br , Eros Grau - gaberosgrau@stf.gov.br , Ricardo Lewandowski - gabinete-lewandowski@stf.gov.br , Carmen Lúcia - anavt@stf.gov.br , Menezes Direito - alexandrew@stf.gov.br
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA: cnj@cnj.gov.br
(Eu já fiz a minha parte. Façam a de vocês!)
Obs.: Este artigo também poderá ser lido/comentado na página do autor em webartigos.com

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