As áreas em vermelho escuro indicam alta concentração de CO (moléculas/cm2). O site diz ainda que tal se deve "a incêndios florestais e queimadas, com o gás sendo transportado até o Oceano Atlântico".
Bem...aí a coisa ficou preta (sem trocadilho).
1) Um pouco de química básica: segundo a Wikipédia, a reação química da combustão é:
CxHy + (x+y/4)O2 → xCO2 + (y/2)H2O
Traduzindo: a queima de um composto orgânico CxHy (celulose das árvores, p.ex.) na presença de O2 (oxigênio) geraria CO2 (Dióxido de Carbono, gás carbônico) e H2O (água).
Reparem: DIÓXIDO de Carbono e água!! Monóxido de carbono só é gerado em combustões incompletas, pobres em oxigênio. Tudo bem...pode-se até admitir que seja gerada uma quantidade mínima de monóxido em um incêndio florestal, apesar de que a Amazônia pode ser pobre em muita coisa, menos em oxigênio!
Adimitindo-se essa mínima geração de CO, seria essa concentração estupidamente maior do que a geração de CO pelo industrializado hemisfério norte, quando se sabe que automóveis e indústrias são os maiores exemplos de combustão incompleta?? Reparem, na figura, os índices quase zero na Europa e EUA.
2) O site diz que os gases são levados até o Oceano Atlântico. Reparem novamente na figura que essa "nuvem gasosa" se estende pelo Nordeste brasileiro, tomando o rumo do Oceano. Porém, há um problema: as correntes de ar se dão em sentido contrário ao mostrado!
Vejam a figura:
Notem que os ventos "entram" no Brasil pelo Nordeste, vindos do Oceano Atlântico, não ao contrário! Da mesma forma, os ventos "sobem" a costa oeste africana, em direção ao equador. Somente no sul do Brasil e da Argentina as correntes de vento levam do continente para o oceano.
Com isso, ficam algumas perguntas:
1) Por que uma queimada na Amazônia gera mais monóxido de carbono que todos os veículos e indústrias dos EUA?
2) Por que esse monóxido segue caminho totalmente inverso ao já conhecido, na atmosfera?
3) Por que a observação do satélite, feita em 2005, está sendo divulgada agora, no final de 2007?
4) A quem interessa tudo isso?
Esta última eu tentarei responder, ou ao menos dar umas pistas, ao longo da série sobre mudanças climáticas e planetárias, baseado em fatos e dados colhidos na própria Internet e no poder de observação que, felizmente, ainda não me foi subtraído pela mídia.
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